O torcicolo congênito é uma doença ortopédica em que a criança nasce com um encurtamento do músculo esternocleidomastoideo, apresentando uma inclinação da cabeça para o lado acometido , acompanhado da rotação, com o queixo voltado para o lado oposto. O torcicolo provoca limitação de movimento articular e muitas vezes dor quando se faz o movimento contrário.
Crianças com torcicolo, geralmente apresentam assimetria facial e nos casos mais graves ocorre assimetria craniana ( Plagiocefalia posicional), que devem ser tratados nos primeiros meses de vida. A plagiocefalia acontece devido o mal posicionamento da cabeça.
Segundo a literatura, o torcicolo congênito é mais comum na primeira gravidez e a maior causa é o espaço reduzido intrauterino, levando a uma fibrose do músculo.
O tratamento deve ser iniciado logo após diagnóstico, o mais precoce possível. Nos casos mais graves, onde ocorre limitação da mobilidade do pescoço acima de 30°, indica-se a cirurgia, nesse caso é feito o alongamento do músculo encurtado- ESTERNOCLEIDOMASTOIDEO ; o procedimento cirúrgico normalmente só é realizado após os quatro anos de idade.
O torcicolo congênito quando não tratado pode trazer desalinhamento das orelhas, dos olhos e assimetria facial.
Atualmente já existe um tratamento conservador para os casos de PLAGIOCEFALIA, onde a criança faz uso de uma órtese craniana, confeccionada sob medida. Este tipo de tratamento não provoca dor essa órtese fica sendo reajustada de acordo com a necessidade de cada criança.
Tratamento Fisioterapêutico:
O tratamento fisioterapêutico deve ser iniciado o mais breve possível constando de:
- Orientações a família quanto aos posicionamentos da criança no berço, na hora de dormir;
- Colocar estímulos sonoros e visuais pendurados no berço, sempre do lado contrário ao torcicolo;
- Orientar também a família a colocar rolinhos nas costas do bebê na hora da dormida, para evitar que se vire para a posição que favoreça o torcicolo;
- Massagem superficial no músculo encurtado para prepara-lo antes dos alongamentos;
- Alongamentos do músculo esternocleidomastoideo;
- Estimulação do movimento espontâneo da cabeça da criança, através da apresentação de brinquedos sonoros e coloridos, favorecendo o movimento de rotação da cabeça, ou elevação da mesma;
- Colocar a criança de bruços (decúbito ventral) e fazer estímulos com brinquedos, para forçar que ela levante a cabeça , fortalecendo a musculatura do pescoço.
Fisioterapia Pediátrica
A Fisioterapia Pediátrica atua na prevenção , habilitação e reabilitação do desenvolvimento neuropsicomotor, das crianças que apresentam atraso de desenvolvimento, disfunções neuromotoras , sequela de prematuridade, síndromes genéticas ou qualquer patologia que possa interferir na sequência normal do desenvolvimento motor infantil.
O trabalho da fisioterapeuta na área da pediatria exige dela um conhecimento que lhe proporcione atender a criança de acordo com as necessidades que esta apresente, desde as consideradas mais simples até as mais complexas e específicas. A Fisioterapia Pediátrica utiliza uma abordagem com base em técnicas neurológicas especializadas, visando sempre direcionar os objetivos fisioterapêuticos com atividades lúdicas tornando o momento prazeroso para a criança . Faz-se necessário, entretanto que o ambiente seja inteiramente direcionado ao universo infantil, com recursos necessários aos atendimentos.