Fisioterapia Pediátrica

A Fisioterapia Pediátrica atua na prevenção , habilitação e reabilitação do desenvolvimento neuropsicomotor, das crianças que apresentam atraso de desenvolvimento, disfunções neuromotoras , sequela de prematuridade, síndromes genéticas ou qualquer patologia que possa interferir na sequência normal do desenvolvimento motor infantil.
O trabalho da fisioterapeuta na área da pediatria exige dela um conhecimento que lhe proporcione atender a criança de acordo com as necessidades que esta apresente, desde as consideradas mais simples até as mais complexas e específicas. A Fisioterapia Pediátrica utiliza uma abordagem com base em técnicas neurológicas especializadas, visando sempre direcionar os objetivos fisioterapêuticos com atividades lúdicas tornando o momento prazeroso para a criança . Faz-se necessário, entretanto que o ambiente seja inteiramente direcionado ao universo infantil, com recursos necessários aos atendimentos.

domingo, 16 de dezembro de 2012

A Fisioterapia na Paralisia Braquial Obstétrica


A paralisia braquial obstétrica (PBO) é uma paralisia do membro superior que pode ocorrer com a criança no momento do parto. A paralisia acontece  devido a lesão do plexo braquial (nervos responsáveis pelo movimento e sensibilidade das mãos, dos braços e dos dedos) e é, geralmente, atribuída a tração da cabeça e do pescoço durante a liberação dos ombros na apresentação cefálica ou a tração sobre os braços estendidos acima da cabeça na apresentação pélvica. Estima-se dois  casos em cada 1000 recém-nascidos.


Anatomia do Plexo Braquial

O plexo braquial é formado pela união das raízes ventrais de C5 a T1 (segmentos medulares). Os ramos de C5 e C6 formam o tronco superior, os ramos de C8 e T1 formam o tronco inferior e o ramo de C7 o tronco médio. As divisões anteriores dos troncos superior e médio dão origem ao fascículo lateral. O fascículo medial é formado pela divisão anterior do tronco inferior e a divisão posterior dos três troncos forma o fascículo posterior. Dos fascículos emergem os nervos que inervam os músculos do membro superior.


Classificação:

- Erb-Duchenne ( paralisia alta)- é a forma mais comum, com um percentual de 80% dos casos, com melhor prognóstico.
 -Klumpke ( paralisia baixa)- é mais rara, com um percentual de mais ou menos 5%, com o prognóstico bastante reservado.
 - Completa.. 

 Classificação da Paralisia Braquial Obstétrica, tipo Raises e Manifestações:

*Erb-Duchenne( paralisia alta)

C5 a C7 Braço acometido sem movimento, ao lado do corpo, com o ombro rodado internamente, cotovelo estendido e punho ligeiramente fletido
Perda da abdução e da rotação externa do braço
Incapacidade para a flexão do cotovelo e supinação do antebraço
Ausência do reflexo bicipital e de Moro no lado acometido
Preservação da força do antebraço e da capacidade de preensão da mão
Possibilidade de deficiência sensorial na face externa do braço, antebraço, polegar e indicador

*Klumpke (paralisia baixa)

C8 e T1 Flexão do cotovelo e supinação do antebraço
Acometimento dos músculos da mão com ausência do reflexo de preensão palmar
Reflexo bicipital e radial presentes
Síndrome de Horner (ptose palpebral, enoftalmia, miose, e anidrose facial) quando há envolvimento das fibras simpáticas cervicais e dos primeiros nervos espinhais torácicos.

*Completa    C5 a T1  Membro superior acometido flácido com todos os reflexos ausentes

  
Lesões Associadas:

Toda criança com PBO deve ser investigada quanto à presença de lesões associadas como fraturas (úmero, clavícula ou parietal), paralisia de nervo frênico (nervo que inerva o diafrágma) ou facial, ruptura ou hemorragia de esternocleidomastóideo (músculo do pescoço) e lesão cerebral.

  
Fatores de Risco:

Os principais fatores de risco para PBO são: recém-nascido grande para a idade gestacional, apresentações fetais anormais, parto prolongado, baixa estatura materna, líquido amniótico com volume diminuído e crânio volumoso.
   
Prevenção:

O reconhecimento de bebês macrossômicos (grandes) através da ultrassonografia facilita a decisão de indução precoce do trabalho de parto em mães diabéticas (causa freqüente de feto grande para a idade gestacional) ou a indicação de cesariana para os casos de alto risco.

  
Diagnóstico Clínico:

O exame físico inclui avaliação da mobilidade articular, da força muscular, da preensão palmar, do reflexo de Moro, dos reflexos tendinosos e da sensibilidade. O diagnóstico é geralmente evidente ao nascimento e os achados variam de acordo com as raízes envolvidas . Pode haver dor nas duas primeiras semanas por causa do trauma no parto.
  
Prognóstico:

Pode ocorrer desde um discreto edema de uma das raízes até avulsão completa de todo o plexo (arrancamento). Não havendo ruptura grave de raízes, espera-se melhora importante dentro dos três primeiros meses e recuperação entre o 6o. e 12o. mês (75% a 80% dos casos). Contração do bíceps (músculo que faz a flexão do cotovelo) antes de seis meses é sinal de bom prognóstico.

Em algumas crianças não se observa qualquer sinal de melhora nos primeiros seis meses. Estas crianças evoluem com paralisia persistente, atrofia muscular e contraturas articulares com considerável prejuízo da função que pode resultar em vários níveis de dificuldade com incapacidade para a realização de determinadas atividades.
  
Exames Complementares:

Estudos radiológicos podem ser indicados com o objetivo de afastar a possibilidade de fratura de clavícula ou extremidade proximal do úmero.

A eletroneuromiografia (exame que estuda a atividade elétrica dos músculos e dos nervos) pode estar indicada principalmente nos três primeiros meses, objetivando localizar a lesão e definir o grau de envolvimento dos nervos.
Atualmente vem sendo realizado, nos casos mais graves a NEUROTIZAÇÃO por vídeo, técnica que consiste na transferência e regeneração de nervos, para ser transplantado no local onde as raízes nervosas foram danificadas.
  
Tratamento Fisioterapêutico:

O tratamento fisioterapêutico da criança com PBO deve ter início o mais precocemente possível. Mesmo com dias de vida já é possível iniciar movimentos passivos suaves e orientações quanto ao posicionamento da criança. O fisioterapeuta fará orientações aos pais ou responsáveis quanto a mobilização a ser feita , bem como o posicionamento.

Posicionamento
Quando a criança estiver deitada, é importante que o membro superior comprometido se mantenha em discreta abdução (afastado do corpo). A criança pode também ser colocada deitada sobre o lado envolvido, sendo esta posição benéfica em termos de estimulação sensorial. Caso a criança demonstre tendência em ficar com a face voltada para o lado contrário ao membro comprometido, deve-se posicioná-la também com a face voltada para o outro lado e estimulá-la com brinquedos para que ela vire ativamente a cabeça para ambos os lados.

Mobilização passiva suave
A família pode ser orientada e treinada para a realização de exercícios passivos de maneira suave e cuidadosa para manter as amplitudes articulares livres. Caso a criança chore, ela está sentindo dor. Os exercícios devem então ser realizados mais lentamente e os pais reorientados pelo fisioterapeuta.

Estimulação ativa dos movimentos.
Feita inicialmente através do posicionamento da criança em decúbito dorsal, de lado, e abdome para baixo, associado a estímulos para alcançar brinquedos leves e coloridos, em todas as direções. À medida que a criança for se desenvolvendo, deve-se oferecer brinquedos de diferentes formas e tamanhos, com texturas diversas para estimular a preensão e os movimentos do braço em todas as posições, inclusive quando estiver sentada. Brincadeiras com água, na banheira, estimulam os movimentos ativos.

Proteção para evitar maiores estiramentos
Através do uso de um alfinete de proteção prendendo a manga do membro superior comprometido à blusa, mantendo o braço em adução de ombro (junto ao corpo) e flexão de cotovelo. Utilizada apenas quando a criança for sair de casa, para evitar movimentos bruscos do braço flácido e com poucos movimentos.

Estimulação sensorial
Através de estímulos utilizando materiais diferentes em contato com a pele do membro envolvido (como por exemplo espuma, toalha, algodão e escova de bebê). Pode ser colocada também uma pulseirinha no punho do lado acometido para que a criança toque a pulseirinha com a outra mão estimulando a percepção do braço.

Estimulação do desenvolvimento motor
Estimulação das etapas do desenvolvimento (rolar, sentar, engatinhar). Todas as crianças com PBO adquirem a marcha e, se esta aquisição for alcançada um pouco mais tarde, melhor será a estimulação dos braços. A criança deve ser incentivada a engatinhar para que ela apoie e movimente o braço envolvido e a família deve ser orientada a não estimular a marcha precocemente. Na posição sentada deve ser estimulado o apoio do braço acometido no chão através do alcance de brinquedos oferecidos à outra mão.

Hidroterapia
Após a criança adquirir controle cervical ela está apta a iniciar exercícios na piscina. Estes exercícios são os mais indicados para a criança com PBO, pois com atividades recreativas ela poderá movimentar todos os músculos que tiverem alguma função.

Órteses
Se, durante o tratamento, forem verificados encurtamentos nos músculos flexores dos dedos da mão, há indicação para o uso de órtese quando a criança estiver dormindo e assim não comprometer a função durante as atividades.

O que determina a melhora dos movimentos não é a quantidade ou freqüência dos exercícios e sim o grau e a extensão da lesão dos nervos envolvidos. Após sete meses de idade, os movimentos que não estiverem presentes provavelmente não vão se recuperar. O comprometimento pode variar desde uma discreta fraqueza à ausência completa de movimento em todo o braço. Após um ano de idade, os exercícios em piscina e atividades próprias da idade substituem a realização dos movimentos passivos visando estimular ativamente os movimentos funcionais.

Para as crianças que não apresentam nenhuma melhora nos primeiros seis meses o tratamento cirúrgico (transferência ou enxerto de nervo) é considerado por algumas equipes que tratam PBO.

FONTE: Rede Sarah

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

A Fisioterapia no Autismo



 O Autismo é um transtorno invasivo do desenvolvimento. Isto significa que a maioria das pessoas que tem autismo têm atraso, diferenças ou distúrbios em muitas áreas - incluindo habilidades motoras grossas e finas. Segundo Schwartzamn & Assunpção (1995), o autismo se manifesta antes dos 3 anos de idade e apresenta déficit relativo no relacionamento de outras pessoas como portadoras de sentimentos próprios, pensamentos, intenções; tem aversão ao toque, distúrbios da motricidade e da percepção, incapacidade orgânica no processo de informações e aparente insensibilidade a dor.  As crianças que tem autismo podem ter o tônus muscular baixo ou dificuldades na coordenação motora e nos esportes. Esses problemas podem interferir no dia a dia e no seu relacionamento com as pessoas .
Crianças com autismo não são confundidas com crianças que tem alguma deficiência física , apesar de existirem algumas crianças autistas com o tônus muscular muito reduzido, o que pode tornar difícil para se sentar ou andar por longos períodos. A maioria das crianças com autismo, no entanto, não apresentam limitações físicas.

O trabalho da fisioterapia:

Os fisioterapeutas podem trabalhar com as crianças menores em habilidades motoras básicas como: rolar, sentar, engatinhar, ficar de pé e andar , saltar. Eles também podem fazer um trabalho de orientação com os pais ensinando algumas atividades para ajudar a criança adquirir força muscular, coordenação e habilidades físicas.
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Em ambientes escolares, fisioterapeutas podem juntar-se aos Educadores Físicos e desenvolver atividades, para que essas crianças possam participar do grupo sem se sentirem excluídas; dando oportunidades, adaptando tarefas, diminuindo expectativas, evitando dessa maneira, frustrações. Esse trabalho também poderá ser realizado com professores de educação especial, professores de ginástica e pais fornecendo a inclusão e ferramentas para a construção de competências sociais.


sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Índice de APGAR

O teste do APGAR é um sistema de avaliação desenvolvido pela Norte- Americana Virgínia Apgar realizado nos recém-nascidos, onde é analisado alguns sinais tais como:
- Frequência cardíaca,
- Respiração,
- Tônus muscular,
- Irritabilidade reflexa,
- Cor da pele.


O índice do APGAR é o método mais comumente empregado para avaliar o ajuste imediato do recém- nascido. É realizado uma avaliação dos cinco sinais no 1º, no 5º e no 10º minutos respectivamente, porém considera-se mais o 1º e o 5º minutos.

Considera-se como classificação para asfixia:
- Sem asfixia (Apgar 8-10)
- Leve asfixia (Apgar 5-7)
- Moderada asfixia (Apgar 3-4)
- Grave asfixia (Apgar 0-2)

Esse método é mais empregado para avaliar o ajuste imediato do recém-nascido, no entanto sabemos que a reanimação de um bebê muitas vezes é decidida antes de ter se passado o 1º minuto de vida e baseada em parâmetros do recém-nato que são avaliadas imediatamente ao nascimento.

domingo, 11 de novembro de 2012

A Fisioterapia na Síndrome de West



A síndrome de West é uma epilepsia grave progressiva, caracterizada por espasmos em flexão( espasmos saudatórios) ou extensão, com deterioração ou atraso neuropsicomotor e hipsarritimia ao encefalograma. Foi descrita pela primeira vez em 1841 pelo clínico geral Willian James West, ao observar o seu próprio filho.


  Apresenta como sinônimos: espasmos agitatórios, espasmos infantis com hipsarritmia e encefalopatia mioclônica infantil com hipsarritmia (MULLER; BERTASON; ISRAEL,1989).

A Síndrome de West-SW, pode ser classificada em três grupos:

1-Idiopática: quando a causa é desconhecida;
2-Criptogênica: onde o lactente é típico até o início dos espasmos, sem qualquer lesão detectável;
3-Sintomática: onde há prévio desenvolvimento neuropsicomotor atípico.

Observa-se ao exame neurológico hipotonia, como também são encontradas alterações relacionadas a encefalopatias pré-existentes (antes do inicio da síndrome), tais como: microcefalia, sinais de liberação piramidal, estrabismo, diplegia, hemiparesia, monoparesia . (NAVARRO, 2005; MATTA et al., 2007).

Segundo Cockerell e Shorvon, (1997), aproximadamente 20% dos casos da doença podem apresentar recuperação completa, enquanto outros morrem entre 7-12 anos e 65% dos que sobrevivem possuem retardo mental.

O tratamento farmacológico visa controlar os espasmos. Dentre os fármacos mais utilizados no tratamento da síndrome podemos citar o Vigabatrim muito utilizado em vários países, a corticotropina, clonazepan e o hormônio adrenocotrópico .

Tratamento Fisioterapêutico:
 A fisioterapia vai atuar nos possíveis atrasos do desenvolvimento motor
(característica marcante na síndrome). O Fisioterapeuta fará o seu plano de tratamento de acordo com o que a criança apresentar, onde terá como objetivos:  prevenir encurtamentos, contraturas e deformidades; normalizar tônus; fortalecimento muscular; favorecer as etapas do desenvolvimento motor, orientar a família quanto aos posicionamentos, melhorando assim a qualidade de vida da criança e consequentemente da sua família.

O fisioterapeuta poderá fazer uso de diversos recursos como: bola, rolo, prancha de equilíbrio, espelhos e alguns brinquedos; poderá também utilizar métodos para facilitar  o seu atendimento, dentre eles podemos fazer destaque ao método Bobath que tem como princípio manuseios, utilizando padrões, influenciando diretamente no tônus muscular, através dos pontos de controle, mais conhecidos como pontos-chaves.


 Para se conseguir um bom prognóstico para a Síndrome de West, esta deve ser diagnosticada o mais precocemente possível e iniciar imediatamente com o tratamento médico e com a fisioterapia na intervenção precoce.

sábado, 3 de novembro de 2012

O uso de Andador( também conhecido como Andajá)



 Por um total desconhecimento, alguns pais insistem em colocar os seus bebês em andadores, com a intenção de acelerar a marcha, no entanto , sabe-se que uso do andador traz prejuízos no desenvolvimento motor dos bebês.


 A criança desde o nascimento passa por uma série de etapas do desenvolvimento em que cada fase serve de base para a próxima. As etapas do desenvolvimento segue uma sequência céfalo-caudal ,onde primeiro sustenta a cabeça, depois rola o corpo para os dois lados, arrasta-se de barriga para baixo, senta-se com apoio, depois sem apoio, engatinha ,ficam de joelhos, ficam em pé para então iniciar os primeiros passos.

 No desenvolvimento motor a criança explora o ambiente e os objetos à sua volta ( normalmente utilizam o mobiliário), desenvolvendo paralelamente o aspecto neurológico. O bebê irá interagir com os adultos , tentando imita-los.

 O andador força o bebê a saltar várias destas etapas essenciais para o seu desenvolvimento. Impede a criança experimentar as quedas naturais do início da aprendizagem de andar,sendo assim, a aquisição do equilíbrio é limitada e pode ainda deformar a estrutura óssea da perna do bebê e muitas vezes a criança inicia a marcha em ponta de pés, podendo causar encurtamentos de tendões e músculos alem de atrasar a marcha independente.

O uso do andador também limita a criança de ter novas experiências, pois sabemos que enquanto a criança engatinha pelo chão da casa, ela poderá manusear alguns objetos e brinquedos, desenvolvendo, dessa forma, suas habilidades motoras e cognitiva.


Podemos pontuar ainda que o uso do andador   pode provocar graves lesões nas crianças  pelas frequentes quedas. Os acidentes mais comuns são as quedas quando as crianças usam os pés para se impulsionarem para trás e batem com a cabeça, e ainda as quedas em degraus.


É muito comum os adultos deixarem as crianças  no andador, por acharem que estão seguras e se ausentarem por alguns momentos daquele ambiente, quando na verdade era pra acontecer o contrário, evitando alguns acidentes.

As crianças que fazem uso de andador por muito tempo, ficam mais inseguras pra andar sem apoio, demorando mais ainda para obter a marcha independente.

Existe no mercado alguns andadores que são considerados interessantes para estimular a marcha de algumas crianças,que são aqueles em que o bebê segura e sai empurrando,porém devem ter uma boa base de sustentação. O bebê deverá ter mais de nove meses , já engatinhar e passar pra posição de pé sozinho; e mesmo assim terá que está sob supervisão de algum adulto.


 Desde 2004, que alguns países como Canadá, proibiram a venda de andadores, pelo o número de casos de acidentes nas crianças.


Melhor mesmo é deixar o bebê explorar o ambiente e se divertir no chão.





sexta-feira, 2 de novembro de 2012

FA- Fisioterapia Aquática



A Fisioterapia Aquática tem sido utilizada por diferentes culturas há muitos séculos. Ela proporciona a criança um ambiente lúdico diferenciado, favorecendo a realização do manuseio, com alongamentos, permitindo dessa forma, complementar o trabalho da fisioterapia realizado no solo.

Consiste em um método terapêutico que utiliza a água como componente de tratamento. Este recurso vem demonstrando resultados positivos no tratamento e na prevenção de várias patologias, ampliando a perspectiva de habilitação e reabilitação da criança..

Seus benefícios são advindos das propriedades físicas da água que desempenham papel fundamental para fins terapêuticos. São elas: massa, peso, densidade relativa, pressão hidrostática, flutuação, turbulência, tensão superficial e viscosidade. A flutuação, por exemplo, atua no suporte às articulações reduzindo a descarga de peso corporal, e é capaz de proporcionar assistência ou resistência ao movimento na água.

 Segundo Guimarães, (1996) a Fisioterapia Aquática-FA, apresenta como efeitos terapêuticos: fortalecimento muscular, melhora das atividades funcionais, da marcha, adequação do tônus muscular, aumento da tolerância ao exercício, manutenção e melhora do equilíbrio, coordenação , postura e propriocepção .Podemos pontuar, entretanto na alegria que as crianças demonstram durante o atendimento, tornando aquele momento bastante prazeroso.

A Fisioterapia Aquática, pode alcançar variados efeitos fisiológicos em todos os sistemas do organismo, bem como efeitos psicológicos e funcionais. A extensão dos efeitos da terapia aquática dependerá da temperatura da água, da duração do tratamento, do tipo e intensidade do exercício e da necessidade específica de cada criança, contribuindo para a melhora de problemas, neurológicos, músculo-esqueléticos,  cardiorrespiratórios, dentre outros.


A Fisioterapia na Síndrome da Incontinência Pgmentar



A Incontinência Pigmentar ou Síndrome de Bloch-Sulzberger é uma genodermatose rara ligada ao cromossomo X, que se caracteriza por manifestações cutâneas associadas a lesões em vários órgãos e sistemas no organismo. Mutações do gene NEMO/lKKr no Xq28 é responsável por toda a patogênese ( Kim, Joon et al, 2006). Segundo Lamounier e col., 2001, há relatos de mais de 700 casos no mundo, mas sua incidência é ainda desconhecida. Considera-se que ocorra uma alteração no ectoderma e neuroectoderma, envolvendo dessa maneira, muitos sistemas derivados.
 A incidência é  maior  nas mulheres, sendo letal em sua maioria nos homens, caracteriza-se com alterações oftalmológicas, dentárias e de SNC, tais quais convulsões, paralisia espástica, microcefalia, retardo mental ( Rabia, Hadja, 2003). Para Buinauskienè and col., 2005, há ainda alterações de SNC, como atraso no desenvolvimento da função motora, fraqueza muscular, atraso cognitivo.
 As alterações clínicas se manifestam por mudanças na pele, diferenciada por estágios, alterações oftalmológicas, como hipopigmentação na retina, microftalmia, hemorragia lenticular, catarata, atrofia do nervo óptico e outros, nas alterações dentárias se destacam o atraso da erupção dos mesmos, mudanças no contorno dentário, e até ausência dos mesmos .Há  ainda alterações nos cabelos, que se apresentam em pequena quantidade e de textura fina

 Segundo  Krebs e col., 1983, descreve as manifestações cutâneas em quatro estágios:

 1- Eritematoso- vesiculoso: as lesões já se apresentam ao nascimento, ou nos primeiros quatro meses, caracterizando-se como erupções eritemato-vesicobolhosa nas extremidades, tronco e couro cabeludo;
 2- Hipertrófico - hiperqueratósico: lesões liquenóides, hipertróficas, verrucosas e de distribuição linear. Estão presentes nas pregas inguinal e axilar, planta dos pés, palma das mãos e leito ingueal.
 -3-Atrófico - pigmentar: caracterizam-se por pequenas áreas de pigmentação difusa, com preferência pelas laterais do tronco, região proximal das articulações e zona perimamilar.
 4- Esclerótica - atrófico - despigmentar: áreas de despigmentação com esclerose atrofia. Wolf and col., 2005, relatam que as alterações laboratoriais são muito inespecíficas, podendo ser detectadas no plasma IgE elevada, eosinofilia e defeitos de quimiotaxia dos neutrófilos.
 As alterações histopatológicas que caracterizam a afecção descrita anteriormente na fase vesicobolhosa, englobam espongiose e vesículas intra-dérmicas contendo eosinófilos em seu interior; na fase verrucosa, hiperplasia epidérmica, hiperceratose e papilomatose; na fase pigmentar, degeneração e redução das células basais epidérmicas e melanófagos na derme superficial.
Os portadores da doença possuem muitas desordens fisiopatológicas, que devem ser melhor pesquisadas.

Tratamento:

A criança com a Síndrome da Incontinência Pigmentar, precisa ser acompanhada por uma equipe multidisciplinar. O tratamento baseia-se no aconselhamento genético; acompanhamento de neuro pediatra, oftalmologista, dentista e a equipe de reabilitação.

A fisioterapia tem um importante papel, amen izando as alterações motoras provocadas pela síndrome, traçando, dessa forma o seu plano de tratamento após avaliação. Os seus principais objetivos são:
Favorecer o desenvolvimento motor,
Evitar contraturas e deformidades,
Promover estimulação visual,
Fazer orientações aos pais e ou cuidadores.


REFERÊNCIAS • Buinauskienè, Jüratè et al. Incontinentia Pigmenti ( Bloch – Sulzberger syndrome) in neonates. Medicina (Kaunas), 2005; • Hadj- Rabia, Smail and col. Clinical Study of 40 cases of Incontinentia Pigmenti. Arch Dermatol., vol. 139, sep, 2003; • Kim, Beom and col. Incontinentia Pigmenti: Clinical Observation of 40 Korean Cases. J Korean Med Sci, 2006; • Krebs, Vera e col. Incontinência Pigmentar: Relato de um caso. Pediat., SP, 1983; • Lamounier, Flávia and col. Incontinência Pigmentar: relato de dois casos . Vol. 76, nº 1, Na brás Dermatol, Rio de Janeiro, 2001; • Pinto JM, Goltz LE. Incontinentia Pigmenti: Cutâneos Medicine and Surgery, 1996; • Wolf, Nicole I. and col. Diffuse cortical necrosis in a neonate with Incontinentia Pigmenti and a Encephalitis Like Presentation. AJNR 26: june/july, 2005.

domingo, 28 de outubro de 2012

A Fisioterapia na Síndrome de Moébius


A Síndrome de Moebius (SM) foi descrita por Moebius, em 1892. Caracteriza-se por paralisia congênita e não progressiva do VI e do VII pares de nervos cranianos (NC), quase sempre bilateral, o que produz uma aparência facial pouco expressiva ( conhecida também fácies de boneca) e estrabismo convergente. Os nervos apresentam-se comprometidos, uni ou bilateralmente, determinando: ptose palpebral, estrabismo divergente, surdez, distúrbios da sensibilidade nos territórios inervados pelo trigêmeo, disfagia, disfonia e atrofia da língua, que podem ser verificados em diferentes combinações.
 Um  número significativo de casos acompanha-se de deficiência mental, sugerindo que o envolvimento do sistema nervoso possa ser mais difuso do que o apontado pela presença maciça das paralisias de nervos cranianos . Malformações esqueléticas estão presentes em grande número de casos, especialmente pés tortos. micrognatia e em alguns casos ocorre uma associação com a Síndrome de Polland , em que vem acompanhado de aplasia do peitoral . Já foram descritas outras anormalidades como: defeitos das extremidades, dos dentes, cardiopatias , dentre outras.
A origem da SM permanece especulativa mas, certamente, é influenciada por fatores genéticos e ambientais. Isquemia fetal transitória é a teoria mais aceita para explicar a síndrome. Segundo a literatura, qualquer alteração que prejudique o fluxo sanguíneo da placenta para o feto, num certo momento da gestação, poderia originar a aplasia ou a hipoplasia dos núcleos dos nervos facial e motor ocular externo, no tronco cerebral. Embora a maioria dos casos seja esporádica, alguns estudiosos postulam a natureza genética para a Síndrome de Moebius. Independentemente da teoria principal, alguns fatores ambientais têm sido implicados na gênese da SM ,tais como: hipertermia, exposição da gestante a infecção, utilização do MISOPROSTOL, do álcool, da cocaína, da talidomida e de benzodiazepínicos, entre outros. Acredita-se que a popularização do uso do MISOPROSTOL como abortivo, em nosso meio, possa ser responsável pelo aumento do número de casos da SM observado nos últimos anos.
Observa-se no Brasil que a incidência vem aumentando, e estima-se que já existem em torno de 500 a 600 casos, devido provavelmente ao uso ilegal do MISOPROSTOL, utilizado como abortivo no primeiro trimestre de gestação.
A principal característica que leva a suspeita clinica é a falta de expressão facial do bebê, como também a falta de sucção e durante o sono há presença do fenômeno de bell, ( fechamento incompleto das pálpebras).
 O portador da SM pode ter vida normal, desde que o indivíduo não tenha outras manifestações associadas (convulsões, alterações ventriculares, hidrocefalia, lesões no SNC). Seu desenvolvimento motor para o andar pode ser retardado, devido à presença do pé torto congênito. A avaliação do fisioterapeuta deve ser criteriosa nestes pacientes ,pois é fundamental para a elaboração de um programa de tratamento a observação de problemas e disfunções apresentados. O conhecimento detalhado da história clínica, a análise dos exames realizados , o exame de tônus muscular de toda a musculatura facial, testes de sensibilidade e de coordenação são subsídios que permitem um tratamento adaptado e personalizado em função dos “déficits” e da capacidade do paciente para controlar seus músculo.

O tratamento fisioterapêutico  consiste de: massagem , estimulação tátil e crio-estimulação na hemiface  comprometida. A fisioterapia também tem um efeito benéfico quando minimiza os efeitos da Síndrome através da manutenção da musculatura, com exercícios de flexibilidade, temos, no entanto, a cinesioterapia como um recurso valioso na habilitação daquelas crianças que tem atraso no desenvolvimento motor por apresentarem pés tortos. Sendo assim, todo o trabalho é realizado visando como objetivo final  a marcha independente, a melhora na funcionalidade, consequentemente uma melhor qualidade de vida da criança.



A Fisioterapia na Prematuridade




O principal objetivo da fisioterapia na criança prematura é promover a continuação do desenvolvimento global do bebê o mais próximo do normal, favorecendo conservação

das funções existentes, prevenindo a incapacidade e trabalhando em cima de recuperação e adaptação. O trabalho é realizado com a estimulação precoce, utilizando movimentos e posicionamentos adequados, apoios de cinturas, percepção corporal, estímulo tátil, visual e proprioceptiva. O fisioterapeuta tem que traçar o seu tratamento levando sempre em consideração a idade cronológica e a idade corrigida da criança.





Devemos pontuar, entretanto, que o desenvolvimento motor, pode variar de uma criança para outra, pois existe uma série de fatores que podem está associados, até mesmo a superproteção da família. Abriremos um parêntese para a sequência em que a criança adquire as suas aquisições motoras tais como: o controle cervical, o rolar, o rastejar, o sentar com apoio, o sentar sem apoio, o engatinhar, ficar de joelho, ficar de pé com apoio dos membros superiores (MMII), a marcha paralela e a marcha independente. Existem algumas crianças que pulam etapas, mas nós fisioterapeutas fazemos nosso trabalho tentando evitar que isso aconteça , para que não venha trazer algumas dificuldades futuras para a criança.

O trabalho da fisioterapia é realizado em conjunto com outras especialidades, visando sempre o desenvolvimento neuropsicomotor e a melhora na qualidade de vida da criança e da sua família, não podemos esquecer, no entanto, que cada bebê é único e tem seus limites individuais.


SUGESTÃO DE SITE: www.projetopequenosguerreiros.com 

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terça-feira, 23 de outubro de 2012

Therasuyt

 Em 1971 médicos do Centro Russo de Aeronáutica e Medicina espacial perceberam que quando os astronautas retornavam a Terra, após um longo período sem descarga do peso corporal, apresentavam dificuldades ou impossibilidade de manter-se de pé, e um aumento do índice de fraturas. Esse fato ocorria devido à diminuição de massa muscular e óssea provocada por essa ausência de peso em longo prazo sobre o corpo enquanto permaneciam no espaço devido a gravidade, gerando assim atrofia por desuso e consequentemente osteoporose.
Foi a partir dessa observação que pesquisadores desenvolveram uma terapia chamada de “Pinguim Suit”, objetivando reduzir estes efeitos da ausência da gravidade no corpo dos astronautas.
O principal objetivo do “Pinguim Suit era usar elásticos e roldana para resistir a uma força contraria do corpo e ajudar a prevenir os efeitos da gravidade e a movimentos dos astronautas.

Os pesquisadores perceberam que os astronautas que não usaram esse equipamento, apresentavam uma insegurança postural semelhante às crianças com Paralisia Cerebral.
 Estudos foram realizados com o “ Pingüim Suit” para reabilitar pacientes com Paralisia Cerebral com resultado bastante promissor. Adaptações foram feitas com “Pinguim Suit”e resultou em um elástico para o uso em posicionamento e alongamento dos músculos durante a fisioterapia.
Este recurso tornou-se um instrumento para o tratamento de crianças com Paralisia Cerebral até 2002, quando Richard e Izabela Koscielny aprimoram e nomearam o método de TheraSuit ® (patente EUA). Izabela e Richard são fisioterapeutas e pais de uma filha com Paralisia Cerebral, e todo o empenho no aprimoramento da técnica era habilitar sua própria filha, entretanto , atualmente esse método está sendo expandido pelo mundo afora pela própria criadora do método-IZABELA KOSCIELNY, habilitando e reabilitando diversas crianças com Paralisia Cerebral e demais patologias.

Indicações:

-Paralisia Cerebral
-Síndrome de Down
-Ataxia
-AVC
-Hipertonia
-Hipotonia

Contra-Indicações:

-Doenças Progressivas
-Osteopenia
-Doenças Cardíacas
-Convulsões sem  controle
-Pacientes com contraturas e deformidades

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sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Bobath-Conceito Neuroevolutivo

O Conceito Neuroevolutivo Bobath, é uma abordagem terapêutica de habilitação e  reabilitação que foi desenvolvida pela fisioterapeuta Berta Bobath e o seu esposo Karel Bobath, para o tratamento de adultos, crianças e bebês com disfunções neuromotoras, onde baseia-se na compreensão do desenvolvimento normal utilizando todos os canais perceptivos para facilitar os movimentos e as posturas seletivas que aumentam a qualidade das funções.
O tratamento tem como prioridade a evolução motora e funcional da criança, visando uma maior independência na sua rotina diária.O método tem um maior enfoque no tratamento de distúrbios de função, movimento e controle postural causados por uma lesão no Sistema Nervoso Central.
Pontua-se como objetivos do método obter mudanças  no tônus postural e padrões de movimentos,para possibilitar torná-los mais úteis e eficientes, através da prática e aprendizado.

O Bobath tem como princípios básicos:

-Padrão muscular mais próximo do normal,
-Abordagem de posturas de inibição reflexa,
-Simetria corporal,
-Estimular reação de proteção e equilíbrio,
-Alongamento muscular,
-Propriocepção,
-Aumentar ou diminuir tônus muscular,
-Variação de posturas,
-Suporte de peso para as mãos,
-Dissociação de cinturas pélvica e escapular, facilitando uma marcha futura.



O método utiliza-se de pontos chaves, que correspondem às partes do corpo onde o tônus anormal pode ser inibido e os movimentos normais  facilitados, onde é solicitado ajustamentos postural automático, produzindo assim atividades através de reação de proteção automática, com endireitamento e equilíbrio.

O Tratamento realizado pela fisioterapeuta inclui posturas e movimentação ativa e passiva, porém os movimentos ativos darão sensações essenciais para a aprendizagem de movimentos voluntários.

Zooterapia

A Zooterapia consiste em utilizar algumas espécies de animais, como assistentes no processo de habilitação ,reabilitação como também reeducação de alterações motoras ,psíquicas, sensoriais, sociais, como de comportamento,podendo entretanto,ter três vertentes: psicoterapia, terapia de alterações neuromotoras ou a combinação das duas.
Como não é possível que esse tipo de terapia seja realizada com todas as espécies ,atualmente observa-se o maior índice de tratamentos com animais ,realizado com a utilização do cavalo, que é conhecida como EQUOTERAPIA, terapia que une as técnicas de equitação e atividades equestres com o objetivo de habilitação e reabilitação de adultos e crianças com deficiências.O cavalo com seu trote estimula o deslocamento do corpo no espaço e com esse movimento exercita o equilíbrio, a coordenação, o tônus muscular e a postura; pontua-se ainda como ganhos: o aumento autoestima e da autoconfia
.A zooterapia também utiliza como parceiros em alguns tratamentos outros animais como: o cachorro, o coelho, aves, golfinhos, burros, gatos e etc.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Hidrocefalia


A hidrocefalia (palavra derivada do grego hidro=água; céfalo=cabeça) é um acúmulo excessivo de fluído (líquido cefalorraquidiano) dentro dos ventrículos (espaços no cérebro) ou do espaço subaracnóide.
Este fluído é formado nos ventrículos, circula através do sistema ventricular e é absorvido para a corrente sanguínea. Possui diversas funções e, dentre elas, protege o encéfalo e a medula espinhal contra choques, agindo como uma almofada. A afecção em questão surge quando há um desequilíbrio entre a quantidade produzida desse líquido e a quantidade que é absorvida.

Esse desequilíbrio pode ocorrer devido a uma obstrução na drenagem do líquido para o sistema sanguíneo, ou também, ocorrer por outras razões, como excesso de produção do líquido cefalorraquidiano. Consequentemente ao aumento de líquido cefalorraquidiano, ocorre uma dilatação dos ventrículos, levando ao aumento da pressão dentro do crânio.

Esta doença pode ter causa congênita, sendo elas relacionadas principalmente a três causas:

Genética (hereditário);
Espinha bífida;
Recém-nascidos prematuros.
Já nos casos de hidrocefalia adquirida, as causas podem ser:

Infecções (caxumba, citomegalovirus, hepatite, toxoplasmose, poliomielite, entre outras);
Hemorragia intraventricular;
Meningite;
Traumatismos;
Tumores;
Cistos;
Estenose do Aqueduto Sylvius.
Classifica-se a hidrocefalia de acordo com sua causa:

Obstrutiva ou não-comunicante: é quando há um bloqueio no sistema ventricular do cérebro, impedindo que o líquido cefalorraquidiano flua normalmente pelo cérebro e medula espinhal. Esta obstrução pode surgir no nascimento ou até mesmo após.
Não-obstrutiva ou comunicante: é resultante da baixa produção do fluído ou de sua absorção. É mais comum de ocorrer quando há sangramento no espaço subaracnóideo, sendo que pode estar presente ao nascimento ou surgir depois.
Pressão normal: este tipo é uma hidrocefalia adquirida comunicante, onde os ventrículos estão dilatados, no entanto, não há aumento de pressão, aparecendo com maior frequência em pessoas idosas. Resulta de um trauma ou doença, porém as causas ainda não estão totalmente elucidadas.
Indivíduos que sofrem de hidrocefalia podem apresentar problemas de aprendizagem, geralmente associados com problemas de concentração, de raciocínio lógico, memória curta, problemas de coordenação, de organização, dificuldades de localização no tempo e nos espaço, problemas de motivação, puberdade precoce ou dificuldades visuais. Outros sinais que podem surgir são: rápido crescimento da cabeça, tornando-se excessivamente grande; irritabilidade; ataques epiléticos; cefaléia; dificuldades de locomoção; perda das habilidades físicas; alterações de personalidade; êmese; letargia.

O método diagnóstico mais eficaz e rápido é a ultra-sonografia, podendo diagnóstica a hidrocefalia no feto durante a gestação. Para delimitar a área afeta, podem ser feitos outros exames de imagem, como tomografia computadorizada e ressonância magnética. O diagnóstico precoce é importante, pois quanto antes iniciado o tratamento, menor são as chances de seqüelas.

O tratamento geralmente é medicamentoso, mas pode também ser cirúrgico, através da drenagem do líquido cefalorraquidiano presente em excesso nos ventrículos, redirecionando-o para outras cavidades do organismo.

(informações retiradas do site http://www.infoescola.com/doencas/hidrocefalia/)

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Wiiterapia

Você já pode ter ouvido falar nele, o último console lançado pela Nintendo, o Wii, que é um videogame que capta os movimentos das pessoas através de diversos jogos. Atualmente o Wii  não esta apenas sendo só utilizado como um diversão, mas também é usado como habilitação e reabilitação de pacientes com Paralisia Cerebral,  sequelas de AVC, lesões musculoesqueléticas, Síndrome de Down, problemas posturais e outras patologias que apresentam desordens neuromotoras.O tratamento é realizado com a supervisão de um fisioterapeuta que fará previamente o seu plano de tratamento de acordo com o que o paciente apresenta. O  paciente  faz um tratamento de forma mais lúdica através de jogos como:  beisebol, tênis, boliche, boxe e golfe a fim de ajudar na sua habilitação ou reabilitação. .
Pode-se destacar alguns benefícios obtidos pelo paciente com a Wiiterapia:
- Fortalecimento muscular
- Melhora na ADM (amplitude de movimento);
- Estímulo da atividade cerebral;
- Aumento da capacidade de concentração;
- melhora do  equilíbrio;
- Alongamento
- Condicionamento cardiorrespiratório
Através do Wiiterapia o paciente faz a fisioterapia brincando, consegue mais resultados, pois não realiza movimentos repetitivos e com o videogame consegue aos poucos ter uma movimentação melhor. Para criança o tratamento  é bem mais prazeroso , visto que integram o lazer com terapia. Muitas vezes as mesmas não aceitam fisioterapia e com a técnica da Wiiterapia ficam mais animadas e acessíveis.

Apesar da eficiência dessa técnica, ela não substitui as demais terapias , apenas atua adicionando  e beneficiando os pacientes de forma lúdica.

(informações retiradas do site: http://www.mundodastribos.com/wii-terapia-tratamento-de-fisioterapia.html)

Therapy Taping

Técnica criada no Japão há mais de 25 anos, a bandagem terapêutica, também chamada de Therapy Taping, é cada vez mais usada no Brasil, especialmente em casos de recuperação de lesões musculares e de má formação congênita de membros. Segundo o fisioterapeuta Nelson Morini, da Reactive, o método trabalha a partir do sistema tegumentar, do qual fazem parte a pele e seus anexos, como os pelos. “A pele interfere diretamente nas funções fisiológicas do corpo humano, pois seus sensores se comunicam com os sistemas abaixo dela, como o muscular e o circulatório”, explica ele, que trouxe o tratamento para o país em 1998 e é presidente da Therapy Taping Association.



De acordo com o resultado desejado, mudam a posição, a direção, a tensão e o corte da bandagem. Menos 50% de tensão, por exemplo, serve para estimular a musculatura, enquanto mais 50% de tensão funciona para corrigir alguma coisa. “Um caso em que usamos mais 50% de tensão é o de crianças que nascem com os pés tortos. Já menos 50% de tensão ajuda a diminuir a rigidez de um músculo após um derrame”, diz Nelson.


O fisioterapeuta afirma que a técnica pode ser usada por qualquer faixa etária, desde que se respeite a pele mais frágil de bebês e idosos. “Nesses casos, usa-se a bandagem com pouca ou nenhuma tensão”, ensina ele. Atletas e pessoas com dores musculares também se beneficiam do método. “O tratamento funciona até para feridas que custam a fechar. Colocamos a bandagem ao redor da área atingida, a fim de aumentar a circulação no local e estimular a cicatrização”, garante Nelson.

A bandagem usada pelo profissional é importada da Coréia e é feita em algodão e elastano, com uma cola de acrílico que permite sua fixação. “Um material de boa qualidade é hipoalergênico porque cada fio de elastano é envolvido por um de algodão. Além disso, o tecido é poroso e permite que a pele respire”, conta Nelson. Em média, a bandagem fica aplicada por um período de três a cinco dias, sendo substituída por uma nova. “O número de trocas vai depender do tempo de uso, que varia de acordo com a gravidade da lesão. Pode durar de duas semanas a seis meses”, acrescenta ele.

Uma vez aplicada a bandagem, é recomendável que o paciente aguarde meia hora antes de fazer qualquer atividade que envolva água ou suor. Depois desse período, a cola seca, o material adere à pele e a pessoa fica liberada para levar uma vida normal. “Uma das vantagens do método é não limitar os movimentos. Dá para tomar banho e fazer exercícios como nadar e correr”, assegura Nelson.

sábado, 29 de setembro de 2012

Estimulação Visual

Para que uma criança possa ter o seu desenvolvimento motor de forma normal , é necessário que todos os seus sentidos estejam íntegros, portanto, o desenvolvimento da função visual tem uma importância considerável nesse processo. A primeira tarefa da função visual é fazer a comunicação com o meio ambiente e desenvolver a orientação espacial. No primeiro ano de vida, essa orientação se dá rapidamente,desse modo, o bebê se movimenta em ambientes internos e externos.
A visão é uma importante via de aprendizado em relação aos objetos que estão  próximos e distantes, ela promove  à criança, o alcance e a apreensão dos objetos  que estão ao seu redor, contribuindo, assim, para o desenvolvimento visomotor e a percepção do bebê a cada experiência vivida. Todo o processamento se da pelo sistema nervoso central, combinadas pelas impressões visuais e motoras de forma a coordenar os movimentos da cabeça das mãos e de todo corpo.




É notável a grande incidência de problemas visuais nas crianças com desordens motoras, acarretando sérios prejuízos funcionais.Um número acentuado de crianças com Paralisia Cerebral tem dificuldades de controlar os movimentos do corpo, bem como controlar os movimentos dos olhos. Segundo Aitken,1992, evidências comprovam que 50% das crianças com Paralisia Cerebral apresentam algum problema visual, tais como estrabismo,erro refração ambliopia e acomodação insuficiente.Para Duckman,1987, as crianças com espasticidade apresentam maiores riscos de terem problemas na visão. Pode-se encontrar outros problemas nessas crianças tais como: perda do campo visual, distúrbios oculomotores, diminuição da acuidade visual, atrofias ópticas, anormalidades da retina entre outros.

Extensoras (Polainas)

Utiliza-se extensoras ( também conhecidas como Polainas) como recurso durante alguns atendimentos em fisioterapia. Elas são indicadas para uso em membros superiores e membros inferiores, objetivando uma estabilização das articulações do cotovelo e do joelho em posição de extensão, respectivamente. São confeccionadas com materiais resistentes como lona, contendo barras de duralumínio, evitando dessa forma que ocorra a flexão, devido o bloqueio da articulação.

Pontua-se como indicações clínicas, principalmente a manutenção do posicionamento desejado, com ganho significativo do alongamento muscular no segmento no qual está sendo estabilizado, favorecer o controle e a ativação muscular proximal e o ortostatismo. Com a estabilização dos joelhos, podemos realizar treino de marcha em pacientes com Mielomeningocele (com indicação para a marcha), alguns casos de Paralisia Cerebral  e demais patologias. O uso da extensora  em membros superiores favorece também no treino do engatinhar das crianças que tem dificuldades em estabilizar os cotovelos.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Método Cuevas Medek Exercises


Definição:
O Método Cuevas Medek Exercises (CME) é uma abordagem fisioterapêutica utilizada para crianças que possuem alteração no desenvolvimento motor causado por síndrome não degenerativa que afeta o Sistema Nervoso Central.  Esta terapia pode ser aplicada a crianças a partir de 3 meses devida até que elas atinjam o controle da marcha independente. Como os terapeutas que utilizam o Método CME precisam expor à criança a influência da força da gravidade, através do progressivo suporte distal, o uso desta terapia pode ser limitado pela altura e peso da criança.  O Método CME foi criado e desenvolvido por Ramón Cuevas, fisioterapeuta chileno, durante a década de 70, em Caracas, Venezuela.
O princípio fundamental do CME é baseado no fato de que crianças que possuem comprometimento no seu desenvolvimento precisam reforçar seu potencial de recuperação natural. Esta propriedade do Sistema Nervoso Central continua a propulsar o processo de desenvolvimento mesmo após a seqüela ter se instalado.  A reação natural do "potencial de recuperação" isoladamente, não pode tirar a criança da situação de desenvolvimento motor anormal. Por isso é crucial iniciar a terapia motora no momento da detecção dos primeiros sinais de atraso na função motora. O nível final de independência motora alcançado pela criança irá depender dos seguintes fatores:

o 1- A detecção precoce da alteração no desenvolvimento motor.
o 2- A existência do potencial de recuperação cerebral.
o 3- A aplicação no momento correto de uma abordagem significante de terapia motora.
o 4- A execução constante de exercícios apropriados até se atingir o total controle motor.
Características:
Provocar o aparecimento de funções motoras automáticas ausentes.
Cooperação e motivação da criança não são requisitos na terapia CME.
Expor a criança à influência natural da força da gravidade com progressivo suporte distal.
Manobras de alongamento são integradas na terapia CME.
Tônus muscular aumentado em extremidades não são obstáculos para se estimular o controle postural em pé.
Um período de triagem é proposto para se demonstrar resultados a curto prazo da Terapia CME.

Avaliação:
O Método CME possui um protocolo de avaliação próprio composto de 41 itens. Na avaliação serão realizados testes para se verificar o estágio motor da criança, sendo avaliado desde controle cervical até marcha independente.  No IMPDor, a avaliação dura em média 90 minutos e é composta pelo protocolo de avaliação CME, além da entrevista com o responsável e avaliação geral da criança. A avaliação é de fundamental importância para que se possam traçar os objetivos terapêuticos. Conhecer a rotina da família, a rotina da criança, as preferências da criança, além dos aspectos motores nos possibilita tratar a criança de forma global. Na avaliação os responsáveis deverão trazer todos os exames relevantes, assim como os relatórios hospitalares e terapêuticos e deverão vestir a criança com roupas confortáveis.

Exercícios:
O CME possui mais de 600 tipos de exercícios. Cada exercício representa um desafio biomecânico particular para a criança. Cada exercício de fisioterapia demanda uma resposta ativa da criança e a escolha do exercício sempre estará diretamente relacionada com o potencial de reação dela. A porção de "arte" da terapia CME depende da habilidade do terapeuta CME em escolher e aplicar uma boa seqüência de exercícios durante a sessão de fisioterapia, com o objetivo de "provocar" novas reações espontâneas posturais funcionais.

A porção "científica" da terapia CME reside no emergir de novas respostas do cérebro imaturo. A terapia CME propõe um período de prova de 8 semanas de tratamento diário para se provar que este programa de terapia pode ajudar a criança a progredir. O objetivo principal deste período de 8 semanas é alcançar pelo menos 3 dos objetivos propostos na avaliação.  Utilizando estes 3 objetivos como critério, os pais terão um método concreto de avaliar a efetividade da abordagem terapêutica utilizada com seus filhos. A terapia CME é a única abordagem terapêutica comprometida com estes princípios de efetividade.

Equipamentos:
Este conjunto de caixas especiais é utilizado para aplicar a terapia CME assim que a criança tenha condições de se manter de pé apoiada pela coxa. As caixas possibilitam ao terapeuta e aos pais todas as possibilidades biomecânicas funcionais para estimular todo o espectro das reações de estabilidade em bípede e as respostas de equilíbrio.
O equipamento é composto por:
Três caixas com as mesmas medidas, uma caixa alta, uma prancha quadrada, um cubo e uma barra.  Sabendo como tirar vantagem do material CME, a criança poderá ser estimulada dinamicamente para se aprimorar a sua estabilidade em bípede, equilíbrio e controle da marcha. Este conjunto permite ao terapeuta realizar exercícios de forma segura e ergonômica, pois a sua execução acontece dentro do alcance do terapeuta.  Esta mesa com medidas especiais é útil e necessária para realizar o tratamento de crianças desde os exercícios de controle cervical até o momento em que elas sejam capazes de se manter firmemente em bípede auxiliadas pelos tornozelos.

Contra-indicação:
Existem algumas contra-indicações para se receber a terapia CME:
Doenças degenerativas.
Osteogênese Imperfeita.
Epilepsia não controlada.
Bebês menores de 3 meses, exceto para terapeutas CME II e CME III.
Qualquer terapeuta que não possua formação em CME assinada por Ramón Cuevas.
Seguir informações passadas por profissionais não graduados em CME.

Referência
www.terapiainfantil.com.br

Theratogs

O TheraTogs é uma roupa terapêutica de treinamento neuromotor, postural e sensorial. Esse recurso é resultado da combinação de um sistema de tronco e membros inferiores, podendo ser estendidos aos membros superiores. Além disso, o sistema dispõe de tiras e velcros especialmente desenvolvidos para serem fixados as diversas partes corporais, de acordo com a necessidade clínica de cada paciente.
Este sistema foi desenvolvido nos EUA pela fisioterapeuta Beverly Cusick, respeitando sólidos princípios biomecânicos e da ciência neuromuscular.
Através da utilização do TheraThogs, o usuário pode obter inúmeros benefícios terapêuticos, entre eles destacam-se:
Remodelamento ósseo e articular em bebês e crianças
Consciência corporal e estabilidade postural
Alinhamento articular funcional
Vivência sensoriomotora para um correto aprendizado motor em atividades diárias domiciliares e escolares.
Cabe ressaltar que o TheraThogs pode ser utilizado durante as sessões de terapias, assim como no ambiente escolar, domiciliar e nas demais atividades de vida diárias, permitindo ao usuário mais de 16 horas diárias de uso.
O TheraTogs é indicado para pacientes com ataxia, hipotonia, atetose e espasticidade; fraqueza muscular e déficit de equilíbrio; alterações da marcha; desvios articulares; instabilidade articular; problemas de recrutamento muscular; déficits de integração sensorial; alterações comportamentais; assimetria postural e déficit de equilíbrio muscular.
Ao contrário de outros sistemas utilizados em diversos modelos de órteses rígidas, compostas de plásticos e metais, o sistema TheraThogs é dinâmico, sendo fabricado por um material leve, flexível, e respirável, o qual  é utilizado sob a roupa normal.
Estudos têm demonstrado efetiva melhora no equilíbrio, padrão de marcha e alinhamento orsteoarticular, permitindo ao usuário ganhos significativos relacionados às suas atividades de vida diárias.
(Informações retiradas do site www.theratogs.com)

domingo, 16 de setembro de 2012

A Fisioterapia na Síndrome de Down

A avaliação inicial da criança com Síndrome de Down deve ser holística, sendo importante estar alerta aos problemas associados à síndrome, tais como hipotonia, redução da força muscular, hipermobilidade articular, pés planos, escoliose, alterações respiratórias, instabilidade atlânto-axial, doença cardíaca congênita, deficiências visual e auditiva, presença de doenças convulsivas. Com esses dados, o fisioterapeuta é capaz de analisar as necessidades de cada criança e de sua família, planejando orientações e intervenções apropriadas para cada situação.
O principal objetivo da fisioterapia é criar condições para explorar o potencial motor da criança, direcionando-a nas sucessivas etapas do desenvolvimento motor e auxiliá-la na aquisição de padrões essenciais e fundamentais do desenvolvimento, preparando-a para uma atividade motora subseqüente mais complexa. Os objetivos específicos são determinados de acordo com a faixa etária ou fase do desenvolvimento. Para alcançar esses objetivos são utilizados métodos que propiciarão maior independência, autoconfiança e ampliação da relação com o meio ambiente.
O objetivo da fisioterapia não é tentar igualar o desenvolvimento neuropsicomotor da criança com síndrome de Down ao de uma criança comum nem exigir da criança além do que ela é capaz, mas auxiliá-la a alcançar as etapas desse desenvolvimento da forma mais adequada possível, buscando a funcionalidade na realização das atividades diárias e na resolução de problemas.
A estimulação bem estruturada pode promover o desenvolvimento da criança, minimizando suas dificuldades e evidenciando a possibilidade de melhores respostas à experiência e adaptação a condições mutantes e a estímulos repetidos. A estimulação adequada torna consciente pra a criança os gestos da vida diária.
Os primeiros meses de vida são fundamentais para a estruturação de nossas potencialidades: as primeiras expressões do bebê são essencialmente motoras grande variedade de pequenos movimentos que fazem parte de um sistema complexo e organizado que irá influenciar no seu bem-estar, presente e futuro. Os primeiros movimentos são reflexos, porém, durante o seu desenvolvimento, a criança os refinará e os tornará mais precisos, reunindo todas as sensações motoras para chegar a gestos globais, tais como erguer a cabeça, sentar-se e ficar em pé.
A criança necessita de pré-requisitos para conseguir passar adequadamente para etapa seguinte do desenvolvimento neuropsicomotor, não se deve tentar pular fases para adiantar o processo, até mesmo porque a criança terá apenas prejuízos. De que adianta andar precocemente se ela é incapaz de se equilibrar ou manipular objetos de forma ordenada? A criança necessita de segurança e controle motor para avançar em seu desenvolvimento.
É importante ressaltar que cada criança tem seu próprio ritmo de desenvolvimento, que deve ser percebido e respeitado. A deficiência não determina como será o desenvolvimento de ninguém. Cada síndrome tem suas próprias características e cada criança as apresentará de forma diferente. O que importa é respeitar a individualidade da criança e determinar a linha de tratamento a partir disso.
O Conceito Neuroevolutivo Bobath é um dos mais adequados ao tratamento das crianças com Síndrome de Down por estar de acordo com os objetivos do trabalho realizado com bebês. O trabalho de correção postural é realizado com crianças e adolescentes através de métodos ortopédicos e de reeducação postural global, como Iso-stretching e RPG.

Integração Sensorial

Sabemos que é através dos sentidos que vamos interiorizando informações e que vamos percebendo o mundo que nos rodeia. Quando estes falham ou ficam alterados, o acesso ao mundo fica perturbado não possibilitando a correta percepção e interação.
A integração sensorial é então o processo pelo qual o cérebro organiza as informações, de modo a dar uma resposta adaptativa adequada, organizando assim, as sensações do próprio corpo e do ambiente de forma a ser possível o uso eficiente do mesmo no ambiente. As nossas capacidades de processamento sensorial são usadas para a interacção social; o desenvolvimento de habilidades motoras e para a atenção e concentração.
O processamento sensorial inclui a recepção de um estímulo físico (Registo Sensorial), a transformação do estímulo num impulso neurológico (Orientação), e a percepção (Interpretação), ou seja, o consciente experiência as sensações e em seguida Organiza uma resposta adaptativa adequada e executa-a. As funções de processamento sensorial ocorrem num continuum e de uma forma rápida e inconsciente. (Um exemplo deste processo é a reação após tocar numa superfície quente)
Todos temos dificuldade em processar determinados estímulos sensoriais (um certo toque, olfacto, paladar, som, movimento, etc) e todos temos preferências sensoriais. Só se torna um transtorno do processamento sensorial, quando estamos em extremos do continuum, ou seja, torna-se uma "experiência perturbadora”, com flutuações imprevisíveis e com um impacto significativo sobre a capacidade de desenvolvimento ou funcionamento diário.

É essa ruptura que gera uma disfunção neurológica chamada Distúrbio do Processamento Sensorial.
Quando existem distúrbios sensoriais, podem afectar negativamente o desenvolvimento e as habilidades funcionais, quer sejam no comportamento, motoras, cognitivas, quer sejam ao nível emocional.
De acordo com Kranowitz (2005), a predisposição genética, as circunstâncias pré natais a prematuridade,  a excessiva ou insuficiente estimulação, períodos longos de hospitalização ou institucionalização, são algumas das prováveis causas de alteração do processamento sensorial
 Uma Perturbação Sensorial poderá:
- Afectar o comportamento da criança (ex: impulsivas, desatentas, distraindo-se facilmente);
- Prejudicar os seus movimentos (nível de actividade alto ou baixo, descoordenado ou desajeitado, caindo e tropeçando frequentemente);
- Influenciar a sua capacidade de aprendizagem (dificuldade em concentrar-se, perturbar-se com os ruídos, distrair-se com estimulação visual);
- Influir na sua relação com os outros e a sua auto imagem (dificuldade em relacionar-se com crianças da mesma idade, demasiado sensíveis ou críticos, demasiado ansiosos ou receosos, tendendo a isolar-se ou frustrar-se facilmente); Pode impedir uma criança de brincar e de experienciar as interacções fundamentais para a aprendizagem e interacção social.
O  medo, ansiedade ou desconforto que acompanha estas situações quotidianas podem perturbar significativamente as rotinas diárias no ambiente familiar. Além disso, os ambientes escolares e sociais podem conter estímulos físicos que muitas vezes causam sofrimento significativo a essas crianças.
Os pais podem ter dificuldades em lidar com os problemas decorrentes do processamento sensorial, muito antes das crianças ingressarem no ensino escolar! Estes distúrbios podem tornar-se mais evidentes quando a criança entra numa creche e podem persistir na idade adulta.
A função principal dos sistemas sensoriais é realizar a tradução da informação contida nos estímulos ambientais (externos e internos) para a linguagem do sistema nervoso (sentir calor, detectar odores desagradáveis, etc.).
As alterações podem ocorrer num ou em todos os sistemas sensoriais, incluindo táctil, auditivo, visual, gustativo, olfactivo, proprioceptivo e vestibular.
São esses sentidos que devem ser olhados com cuidado:
Táctil: o sentido do tacto; resposta dos receptores da pele sobre o toque, pressão, temperatura, dor e movimento dos pêlos sobre a pele.
Auditivo: contribuição relativa aos sons, a habilidade de perceber correctamente, discriminar, transformar e reagir a sons;
Oral: Relativo à boca, a habilidade de perceber correctamente, discriminar, processar e responder aos paladares ou a estímulos dentro da boca;
Olfactivo: relativo ao cheiro, uma habilidade de perceber correctamente, discriminar, processar e responder a diferentes odores.
Visual: relativo à vista, a habilidade de perceber correctamente, discriminar, processar e responder ao que se vê.
Vestibular: situado no ouvido interno responsável sobre as reacções ao movimento e equilíbrio.
Proprioceptivo: o sentido da "posição"; Como o cérebro interpreta a posição do corpo, peso, pressão, alongamento, movimentos e alterações na posição. A capacidade de perceber espacialmente, cada segmento corporal em particular ou o corpo como um todo, tanto em situações estáticas, como nas actividades que demandam movimento (dinâmicas).
Todos temos alguns tipos de preferências sensoriais e talvez até leve um caso de "disfunção". No entanto, é a frequência, intensidade, duração e impacto funcional desses sintomas o que determina a disfunção.
Muitas crianças com alterações sensoriais a nível táctil, usarão somente as pontas dos dedos, quando brincam com areia, cola, tinta, comida. Assim, seu jogo é limitado tal como a sua capacidade de exercer experiências de aprendizagem. Podem ficar com medo, evitar actividades, retirar, ou actuar como seu corpo responde. Tem tudo a ver com a maneira pela qual o sistema nervoso interpreta as sensações de toque e estimulação.
Para concluir, é importante reter que:
- A integração sensorial é uma desordem neurológica, não uma criança mimada, um produto de má parentalidade, criança desafiadora ou de uma doença mental!
- São reacções a estímulos sensoriais específicos. É sobre como essa entrada é feita, organizada e utilizada para interpretar o seu ambiente e fazer o corpo reagir, pronto para aprender, mover, regular os níveis de energia e emoções, interagir e desenvolver-se adequadamente.
- Se conhece ou observa uma criança com um Distúrbio do Processamento sensorial. Quando os sintomas da disfunção de integração sensorial aparecem, procure o apoio de um profissional de saúde. Como acontece com qualquer problema, a chave é descobri-lo para que possa começar a tratá-lo o mais precocemente possível!