Fisioterapia Pediátrica

A Fisioterapia Pediátrica atua na prevenção , habilitação e reabilitação do desenvolvimento neuropsicomotor, das crianças que apresentam atraso de desenvolvimento, disfunções neuromotoras , sequela de prematuridade, síndromes genéticas ou qualquer patologia que possa interferir na sequência normal do desenvolvimento motor infantil.
O trabalho da fisioterapeuta na área da pediatria exige dela um conhecimento que lhe proporcione atender a criança de acordo com as necessidades que esta apresente, desde as consideradas mais simples até as mais complexas e específicas. A Fisioterapia Pediátrica utiliza uma abordagem com base em técnicas neurológicas especializadas, visando sempre direcionar os objetivos fisioterapêuticos com atividades lúdicas tornando o momento prazeroso para a criança . Faz-se necessário, entretanto que o ambiente seja inteiramente direcionado ao universo infantil, com recursos necessários aos atendimentos.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

A Fisioterapia no Autismo



 O Autismo é um transtorno invasivo do desenvolvimento. Isto significa que a maioria das pessoas que tem autismo têm atraso, diferenças ou distúrbios em muitas áreas - incluindo habilidades motoras grossas e finas. Segundo Schwartzamn & Assunpção (1995), o autismo se manifesta antes dos 3 anos de idade e apresenta déficit relativo no relacionamento de outras pessoas como portadoras de sentimentos próprios, pensamentos, intenções; tem aversão ao toque, distúrbios da motricidade e da percepção, incapacidade orgânica no processo de informações e aparente insensibilidade a dor.  As crianças que tem autismo podem ter o tônus muscular baixo ou dificuldades na coordenação motora e nos esportes. Esses problemas podem interferir no dia a dia e no seu relacionamento com as pessoas .
Crianças com autismo não são confundidas com crianças que tem alguma deficiência física , apesar de existirem algumas crianças autistas com o tônus muscular muito reduzido, o que pode tornar difícil para se sentar ou andar por longos períodos. A maioria das crianças com autismo, no entanto, não apresentam limitações físicas.

O trabalho da fisioterapia:

Os fisioterapeutas podem trabalhar com as crianças menores em habilidades motoras básicas como: rolar, sentar, engatinhar, ficar de pé e andar , saltar. Eles também podem fazer um trabalho de orientação com os pais ensinando algumas atividades para ajudar a criança adquirir força muscular, coordenação e habilidades físicas.
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Em ambientes escolares, fisioterapeutas podem juntar-se aos Educadores Físicos e desenvolver atividades, para que essas crianças possam participar do grupo sem se sentirem excluídas; dando oportunidades, adaptando tarefas, diminuindo expectativas, evitando dessa maneira, frustrações. Esse trabalho também poderá ser realizado com professores de educação especial, professores de ginástica e pais fornecendo a inclusão e ferramentas para a construção de competências sociais.


sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Índice de APGAR

O teste do APGAR é um sistema de avaliação desenvolvido pela Norte- Americana Virgínia Apgar realizado nos recém-nascidos, onde é analisado alguns sinais tais como:
- Frequência cardíaca,
- Respiração,
- Tônus muscular,
- Irritabilidade reflexa,
- Cor da pele.


O índice do APGAR é o método mais comumente empregado para avaliar o ajuste imediato do recém- nascido. É realizado uma avaliação dos cinco sinais no 1º, no 5º e no 10º minutos respectivamente, porém considera-se mais o 1º e o 5º minutos.

Considera-se como classificação para asfixia:
- Sem asfixia (Apgar 8-10)
- Leve asfixia (Apgar 5-7)
- Moderada asfixia (Apgar 3-4)
- Grave asfixia (Apgar 0-2)

Esse método é mais empregado para avaliar o ajuste imediato do recém-nascido, no entanto sabemos que a reanimação de um bebê muitas vezes é decidida antes de ter se passado o 1º minuto de vida e baseada em parâmetros do recém-nato que são avaliadas imediatamente ao nascimento.

domingo, 11 de novembro de 2012

A Fisioterapia na Síndrome de West



A síndrome de West é uma epilepsia grave progressiva, caracterizada por espasmos em flexão( espasmos saudatórios) ou extensão, com deterioração ou atraso neuropsicomotor e hipsarritimia ao encefalograma. Foi descrita pela primeira vez em 1841 pelo clínico geral Willian James West, ao observar o seu próprio filho.


  Apresenta como sinônimos: espasmos agitatórios, espasmos infantis com hipsarritmia e encefalopatia mioclônica infantil com hipsarritmia (MULLER; BERTASON; ISRAEL,1989).

A Síndrome de West-SW, pode ser classificada em três grupos:

1-Idiopática: quando a causa é desconhecida;
2-Criptogênica: onde o lactente é típico até o início dos espasmos, sem qualquer lesão detectável;
3-Sintomática: onde há prévio desenvolvimento neuropsicomotor atípico.

Observa-se ao exame neurológico hipotonia, como também são encontradas alterações relacionadas a encefalopatias pré-existentes (antes do inicio da síndrome), tais como: microcefalia, sinais de liberação piramidal, estrabismo, diplegia, hemiparesia, monoparesia . (NAVARRO, 2005; MATTA et al., 2007).

Segundo Cockerell e Shorvon, (1997), aproximadamente 20% dos casos da doença podem apresentar recuperação completa, enquanto outros morrem entre 7-12 anos e 65% dos que sobrevivem possuem retardo mental.

O tratamento farmacológico visa controlar os espasmos. Dentre os fármacos mais utilizados no tratamento da síndrome podemos citar o Vigabatrim muito utilizado em vários países, a corticotropina, clonazepan e o hormônio adrenocotrópico .

Tratamento Fisioterapêutico:
 A fisioterapia vai atuar nos possíveis atrasos do desenvolvimento motor
(característica marcante na síndrome). O Fisioterapeuta fará o seu plano de tratamento de acordo com o que a criança apresentar, onde terá como objetivos:  prevenir encurtamentos, contraturas e deformidades; normalizar tônus; fortalecimento muscular; favorecer as etapas do desenvolvimento motor, orientar a família quanto aos posicionamentos, melhorando assim a qualidade de vida da criança e consequentemente da sua família.

O fisioterapeuta poderá fazer uso de diversos recursos como: bola, rolo, prancha de equilíbrio, espelhos e alguns brinquedos; poderá também utilizar métodos para facilitar  o seu atendimento, dentre eles podemos fazer destaque ao método Bobath que tem como princípio manuseios, utilizando padrões, influenciando diretamente no tônus muscular, através dos pontos de controle, mais conhecidos como pontos-chaves.


 Para se conseguir um bom prognóstico para a Síndrome de West, esta deve ser diagnosticada o mais precocemente possível e iniciar imediatamente com o tratamento médico e com a fisioterapia na intervenção precoce.

sábado, 3 de novembro de 2012

O uso de Andador( também conhecido como Andajá)



 Por um total desconhecimento, alguns pais insistem em colocar os seus bebês em andadores, com a intenção de acelerar a marcha, no entanto , sabe-se que uso do andador traz prejuízos no desenvolvimento motor dos bebês.


 A criança desde o nascimento passa por uma série de etapas do desenvolvimento em que cada fase serve de base para a próxima. As etapas do desenvolvimento segue uma sequência céfalo-caudal ,onde primeiro sustenta a cabeça, depois rola o corpo para os dois lados, arrasta-se de barriga para baixo, senta-se com apoio, depois sem apoio, engatinha ,ficam de joelhos, ficam em pé para então iniciar os primeiros passos.

 No desenvolvimento motor a criança explora o ambiente e os objetos à sua volta ( normalmente utilizam o mobiliário), desenvolvendo paralelamente o aspecto neurológico. O bebê irá interagir com os adultos , tentando imita-los.

 O andador força o bebê a saltar várias destas etapas essenciais para o seu desenvolvimento. Impede a criança experimentar as quedas naturais do início da aprendizagem de andar,sendo assim, a aquisição do equilíbrio é limitada e pode ainda deformar a estrutura óssea da perna do bebê e muitas vezes a criança inicia a marcha em ponta de pés, podendo causar encurtamentos de tendões e músculos alem de atrasar a marcha independente.

O uso do andador também limita a criança de ter novas experiências, pois sabemos que enquanto a criança engatinha pelo chão da casa, ela poderá manusear alguns objetos e brinquedos, desenvolvendo, dessa forma, suas habilidades motoras e cognitiva.


Podemos pontuar ainda que o uso do andador   pode provocar graves lesões nas crianças  pelas frequentes quedas. Os acidentes mais comuns são as quedas quando as crianças usam os pés para se impulsionarem para trás e batem com a cabeça, e ainda as quedas em degraus.


É muito comum os adultos deixarem as crianças  no andador, por acharem que estão seguras e se ausentarem por alguns momentos daquele ambiente, quando na verdade era pra acontecer o contrário, evitando alguns acidentes.

As crianças que fazem uso de andador por muito tempo, ficam mais inseguras pra andar sem apoio, demorando mais ainda para obter a marcha independente.

Existe no mercado alguns andadores que são considerados interessantes para estimular a marcha de algumas crianças,que são aqueles em que o bebê segura e sai empurrando,porém devem ter uma boa base de sustentação. O bebê deverá ter mais de nove meses , já engatinhar e passar pra posição de pé sozinho; e mesmo assim terá que está sob supervisão de algum adulto.


 Desde 2004, que alguns países como Canadá, proibiram a venda de andadores, pelo o número de casos de acidentes nas crianças.


Melhor mesmo é deixar o bebê explorar o ambiente e se divertir no chão.





sexta-feira, 2 de novembro de 2012

FA- Fisioterapia Aquática



A Fisioterapia Aquática tem sido utilizada por diferentes culturas há muitos séculos. Ela proporciona a criança um ambiente lúdico diferenciado, favorecendo a realização do manuseio, com alongamentos, permitindo dessa forma, complementar o trabalho da fisioterapia realizado no solo.

Consiste em um método terapêutico que utiliza a água como componente de tratamento. Este recurso vem demonstrando resultados positivos no tratamento e na prevenção de várias patologias, ampliando a perspectiva de habilitação e reabilitação da criança..

Seus benefícios são advindos das propriedades físicas da água que desempenham papel fundamental para fins terapêuticos. São elas: massa, peso, densidade relativa, pressão hidrostática, flutuação, turbulência, tensão superficial e viscosidade. A flutuação, por exemplo, atua no suporte às articulações reduzindo a descarga de peso corporal, e é capaz de proporcionar assistência ou resistência ao movimento na água.

 Segundo Guimarães, (1996) a Fisioterapia Aquática-FA, apresenta como efeitos terapêuticos: fortalecimento muscular, melhora das atividades funcionais, da marcha, adequação do tônus muscular, aumento da tolerância ao exercício, manutenção e melhora do equilíbrio, coordenação , postura e propriocepção .Podemos pontuar, entretanto na alegria que as crianças demonstram durante o atendimento, tornando aquele momento bastante prazeroso.

A Fisioterapia Aquática, pode alcançar variados efeitos fisiológicos em todos os sistemas do organismo, bem como efeitos psicológicos e funcionais. A extensão dos efeitos da terapia aquática dependerá da temperatura da água, da duração do tratamento, do tipo e intensidade do exercício e da necessidade específica de cada criança, contribuindo para a melhora de problemas, neurológicos, músculo-esqueléticos,  cardiorrespiratórios, dentre outros.


A Fisioterapia na Síndrome da Incontinência Pgmentar



A Incontinência Pigmentar ou Síndrome de Bloch-Sulzberger é uma genodermatose rara ligada ao cromossomo X, que se caracteriza por manifestações cutâneas associadas a lesões em vários órgãos e sistemas no organismo. Mutações do gene NEMO/lKKr no Xq28 é responsável por toda a patogênese ( Kim, Joon et al, 2006). Segundo Lamounier e col., 2001, há relatos de mais de 700 casos no mundo, mas sua incidência é ainda desconhecida. Considera-se que ocorra uma alteração no ectoderma e neuroectoderma, envolvendo dessa maneira, muitos sistemas derivados.
 A incidência é  maior  nas mulheres, sendo letal em sua maioria nos homens, caracteriza-se com alterações oftalmológicas, dentárias e de SNC, tais quais convulsões, paralisia espástica, microcefalia, retardo mental ( Rabia, Hadja, 2003). Para Buinauskienè and col., 2005, há ainda alterações de SNC, como atraso no desenvolvimento da função motora, fraqueza muscular, atraso cognitivo.
 As alterações clínicas se manifestam por mudanças na pele, diferenciada por estágios, alterações oftalmológicas, como hipopigmentação na retina, microftalmia, hemorragia lenticular, catarata, atrofia do nervo óptico e outros, nas alterações dentárias se destacam o atraso da erupção dos mesmos, mudanças no contorno dentário, e até ausência dos mesmos .Há  ainda alterações nos cabelos, que se apresentam em pequena quantidade e de textura fina

 Segundo  Krebs e col., 1983, descreve as manifestações cutâneas em quatro estágios:

 1- Eritematoso- vesiculoso: as lesões já se apresentam ao nascimento, ou nos primeiros quatro meses, caracterizando-se como erupções eritemato-vesicobolhosa nas extremidades, tronco e couro cabeludo;
 2- Hipertrófico - hiperqueratósico: lesões liquenóides, hipertróficas, verrucosas e de distribuição linear. Estão presentes nas pregas inguinal e axilar, planta dos pés, palma das mãos e leito ingueal.
 -3-Atrófico - pigmentar: caracterizam-se por pequenas áreas de pigmentação difusa, com preferência pelas laterais do tronco, região proximal das articulações e zona perimamilar.
 4- Esclerótica - atrófico - despigmentar: áreas de despigmentação com esclerose atrofia. Wolf and col., 2005, relatam que as alterações laboratoriais são muito inespecíficas, podendo ser detectadas no plasma IgE elevada, eosinofilia e defeitos de quimiotaxia dos neutrófilos.
 As alterações histopatológicas que caracterizam a afecção descrita anteriormente na fase vesicobolhosa, englobam espongiose e vesículas intra-dérmicas contendo eosinófilos em seu interior; na fase verrucosa, hiperplasia epidérmica, hiperceratose e papilomatose; na fase pigmentar, degeneração e redução das células basais epidérmicas e melanófagos na derme superficial.
Os portadores da doença possuem muitas desordens fisiopatológicas, que devem ser melhor pesquisadas.

Tratamento:

A criança com a Síndrome da Incontinência Pigmentar, precisa ser acompanhada por uma equipe multidisciplinar. O tratamento baseia-se no aconselhamento genético; acompanhamento de neuro pediatra, oftalmologista, dentista e a equipe de reabilitação.

A fisioterapia tem um importante papel, amen izando as alterações motoras provocadas pela síndrome, traçando, dessa forma o seu plano de tratamento após avaliação. Os seus principais objetivos são:
Favorecer o desenvolvimento motor,
Evitar contraturas e deformidades,
Promover estimulação visual,
Fazer orientações aos pais e ou cuidadores.


REFERÊNCIAS • Buinauskienè, Jüratè et al. Incontinentia Pigmenti ( Bloch – Sulzberger syndrome) in neonates. Medicina (Kaunas), 2005; • Hadj- Rabia, Smail and col. Clinical Study of 40 cases of Incontinentia Pigmenti. Arch Dermatol., vol. 139, sep, 2003; • Kim, Beom and col. Incontinentia Pigmenti: Clinical Observation of 40 Korean Cases. J Korean Med Sci, 2006; • Krebs, Vera e col. Incontinência Pigmentar: Relato de um caso. Pediat., SP, 1983; • Lamounier, Flávia and col. Incontinência Pigmentar: relato de dois casos . Vol. 76, nº 1, Na brás Dermatol, Rio de Janeiro, 2001; • Pinto JM, Goltz LE. Incontinentia Pigmenti: Cutâneos Medicine and Surgery, 1996; • Wolf, Nicole I. and col. Diffuse cortical necrosis in a neonate with Incontinentia Pigmenti and a Encephalitis Like Presentation. AJNR 26: june/july, 2005.