Fisioterapia Pediátrica

A Fisioterapia Pediátrica atua na prevenção , habilitação e reabilitação do desenvolvimento neuropsicomotor, das crianças que apresentam atraso de desenvolvimento, disfunções neuromotoras , sequela de prematuridade, síndromes genéticas ou qualquer patologia que possa interferir na sequência normal do desenvolvimento motor infantil.
O trabalho da fisioterapeuta na área da pediatria exige dela um conhecimento que lhe proporcione atender a criança de acordo com as necessidades que esta apresente, desde as consideradas mais simples até as mais complexas e específicas. A Fisioterapia Pediátrica utiliza uma abordagem com base em técnicas neurológicas especializadas, visando sempre direcionar os objetivos fisioterapêuticos com atividades lúdicas tornando o momento prazeroso para a criança . Faz-se necessário, entretanto que o ambiente seja inteiramente direcionado ao universo infantil, com recursos necessários aos atendimentos.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

A Fisioterapia na Hipotonia

A hipotonia é uma manifestação potencial para muitas doenças e desordens que afetam o controle nervoso motor pelo cérebro ou força muscular. É uma condição na qual o tônus muscular está anormalmente baixo, envolvendo normalmente déficit de força muscular A hipotonia pode ser um sinal  de um problema qualquer ao longo da interface que controla o movimento muscular.

Crianças com hipotonia parecem "frouxas" quando seguradas  pelos bracinhos. Elas sempre descansam com cotovelos e joelhos livremente estendidos, bem diferente das crianças ditas "normais" que ficam em semi-flexão.  Apresentam frouxidão ligamentar , podendo levar essas crianças a terem pés planos, valgismo e desvios na coluna como escoliose , hiperlordose e hipercifose.




Causas da Hipotonia:

- Encefalopatias por hipoxia antes, durante ou apos o nascimento;
- Miopatias;
- Distúrbios neuromotores;
- Distúrbios que afetam a capacidade de os nervos enviarem mensagens para os músculos;
- Miastenia grave;
- Erros inatos do metabolismo;
- Infecções;
- Distúrbios genéticos ou cromossômicos;
- Acondroplasia;
- Ataxia cerebelar congênita;
- Lesões da medula espinhal.

Tratamento fisioterapêutico na hipotonia:


Devido o tônus baixo, crianças com hipotonia apresentam atraso nas aquisições do desenvolvimento motor . A fisioterapia irá atuar com exercícios para aumentar o tônus da criança; estimulação das etapas do desenvolvimento motor através de  métodos como o Bobath;  propriocepção em cama elástica ou alguns aparelhos de Integração sensorial, estimulação sensorial e orientação aos pais e ou responsáveis quanto aos posicionamentos adequados, para evitar problemas posturais e se possível  favorecer a marcha , melhorando a qualidade de vida da criança e de sua família.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Espinha Bífida e Mielomeningocele




Espinha bífida é um defeito congênito caracterizado por formação incompleta da medula espinhal e das estruturas que protegem a medula. O defeito ocorre no primeiro mês de gravidez e engloba uma série de malformações. O nome espinha bífida relaciona-se ao fechamento inapropriado de ossos da coluna (espinha).


Mielomeningocele

É uma malformação congênita da coluna vertebral da criança, dificultando a função primordial de proteção da medula espinhal, que é o "tronco" de ligação entre o cérebro e os nervos periféricos do corpo humano.


Manifestações Clínicas

Paralisia de membros inferiores, distúrbios da sensibilidade cutânea, úlceras de pele por pressão, ausência de controle urinário e fecal e deformidades músculo-esqueléticas.

Causas

O defeito ocorre como conseqüência da associação de fatores genéticos e ambientais sendo que muitas causas têm sido propostas tais como deficiência de folato (forma natural de ácido fólico), diabetes materno, deficiência de zinco e ingestão de álcool durante os primeiros três meses de gravidez.

Tratamento da Mielomeningocele

Logo após o nascimento a criança deve ser mantida com o abdome para baixo e a lesão deve ser coberta com compressas não adesivas, suavemente colocadas, embebidas em soro fisiológico, objetivando evitar o ressecamento. Se a criança tiver que ser transportada, deve ser preparada uma proteção de maneira a não permitir o contato da placa neural com qualquer superfície a não ser a compressa embebida no soro fisiológico. O fechamento da mielomeningocele deve ser feito, de preferência, nas primeiras 24 horas e as razões principais para o tratamento cirúrgico são diminuir o risco de infecção e preservar a função nervosa.

Comprometimento Funcional

A medula espinhal é organizada em segmentos ao longo de sua extensão. Raízes nervosas de cada segmento deixam a medula para inervarem regiões específicas do corpo. Os segmentos da medula cervical (C1 a C8) controlam os movimentos da região cervical e dos membros superiores; os torácicos (T1 a T12) controlam a musculatura do tórax, abdome e parte dos membros superiores; os lombares (L1 a L5) controlam os movimentos dos membros inferiores; e os segmentos sacrais (S1 a S5) controlam parte dos membros inferirores e o funcionamento da bexiga e intestino. Na espinha bífida, estando a medula e as raízes nervosas impropriamente formadas, os nervos envolvidos podem ser incapazes de controlar os músculos determinando paralisias. Define-se como paralisia alta à paralisia resultante de defeito medular começando ao nível dos segmentos torácicos ou lombares altos (L1-L2), paralisia média no segmento médio lombar (L3) e paralisia baixa nos segmentos lombares baixos (L4-L5) ou sacrais. A posição das raízes motoras lesadas na medula é chamada de nível motor e sua definição é importante para a classificação funcional e o acompanhamento. Modificações do nível motor podem sugerir progressão neurológica.

Outros comprometimentos

Bexiga neurogênica, intestino neurogênico, úlceras por pressão, problemas ortopédicos e deficiência cognitiva.

Programa de Reabilitação

Todas as crianças com mielomeningocele, por causa da lesão congênita dos nervos e da medula, apresentam alterações da força muscular em membros inferiores, podendo haver, ainda, algum comprometimento da musculatura do abdome e da coluna. Com relação ao tratamento, é importante que pais e profissionais saibam que a melhora da força dos músculos não depende da quantidade ou do tipo de exercícios que a criança realiza e sim do grau e nível da lesão da medula e das raízes nervosas. Quanto menor for a alteração do movimento, maior será a chance dos músculos serem fortalecidos. Por outro lado, os músculos sem movimento ou com fraqueza acentuada não podem ter sua força aumentada.
Independente do tipo de exercícios e atividades que a criança participe, as principais mudanças na força dos músculos acontece nos três primeiros anos de vida. É também neste período que a criança mais se desenvolve, e aquisições motoras como sentar ou engatinhar dependem não somente da maturação do sistema nervoso central, mas também da força dos músculos do tronco e dos membros inferiores. Praticamente em todas as crianças com mielomeningocele essas aquisições ocorrem de forma mais lenta em decorrência, principalmente, da fraqueza muscular e das deformidades de coluna e de membros inferiores. Por exemplo, uma criança com mielomeningocele pode conseguir engatinhar somente aos dois anos de idade, ao invés de engatinhar entre o nono e décimo mês como ocorre normalmente, ou, nem mesmo vir a engatinhar nos casos em que a fraqueza dos músculos for acentuada.

Tratamento Fisioterapêutico:

Durante o crescimento e desenvolvimento, os objetivos do tratamento se modificam, e, portanto, o programa de tratamento se modifica em função das necessidades de cada momento:

0 a 3 anos de idade - atenção especial à estimulação do desenvolvimento motor e cognitivo. Para evitar deformidades, recomenda-se a mobilização das articulações e para algumas crianças indica-se o uso de órteses.

3 a 6 anos de idade - definir a capacidade funcional tanto para a locomoção quanto para as atividades de vida diária. Através da avaliação de parâmetros como desenvolvimento psicomotor, força muscular, deformidades, equilíbrio de tronco e capacidade para ficar de pé.

6 a 12 anos de idade - as crianças que não conseguem andar até os seis anos de idade provavelmente não vão adquirir marcha, independente do tratamento fisioterapêutico, uso de órteses ou cirurgias ortopédicas. Neste período o enfoque deve ser, principalmente, o treino da independência funcional.

Adolescência
Nesta faixa etária, deve-se dar ênfase à socialização.

Fonte: Rede Sarah

A Fisioterapia na Espasticidade

É quando ocorre um aumento do tônus muscular, com resistência ao alongamento, envolvendo hipertonia e hipereflexia, causado por uma lesão do neurônio motor superior. Os músculos espásticos são mais resistentes a contração do que os músculos normais, demorando mais a relaxar, permanecendo contraídos por um tempo mais longo.

A espasticidade é um dos distúrbios motores mais frequentes e incapacitantes que ocorrem em pessoas com lesões no sistema motor. Ela bloqueia qualquer movimento para a função, causando um déficit motor que compromete a realização das atividades da vida diária, limitando, dessa forma, a funcionalidade dos membros afetados.A espasticidade incapacita o indivíduo, pois dificulta o seu posicionamento confortável e prejudica nas pequenas tarefas mais simples tais como: alimentação, locomoção, transferências e os cuidados de higiene.

Observa-se a espasticidade nas lesões do neurônio córtico-retículo bulbo-espinhais. Quando não tratada o mais precocemente, a espasticidade pode levar a atrofias musculares, com limitações articulares a  rigidez, contraturas, luxações, dor e deformidades.

A condição de espasticidade pode afetar adultos e crianças, envolvendo uma grande variedade de patologias agudas e crônicas como podemos destacar:
-  AVE;
- Traumatismo raquimedular e crânio- encefálico;
- Esclerose múltipla;
- Paralisia cerebral e etc.

Escala modificada ASHWORTH (utilizada para avaliar a gravidade da espasticidade, contendo uma variação de 0 a 4 :
- Grau 0: quando não apresenta nenhum aumento do tônus muscular;
- Grau 1: quando apresenta um leve aumento do tônus por uma tensão momentânea ou por uma resistência mínima no final da amplitude de movimento articular (ADM), quando a articulação é movimentada para extensão ou flexão;
- Grau 1+: quando há um leve aumento do tônus muscular manifestado por uma tensão abrupta, seguida de resistência mínima em menos da metade da ADM restante.
- Grau 2: quando há um aumento mais marcante do tônus muscular, durante a amplitude de movimento, porém a região é movida com facilidade;
- Grau 3: quando ocorre um considerável aumento do tônus muscular e o movimento passivo torna-se difícil;
- Grau 4: É quando a região afetada é rígida tanto na flexão quanto na extensão.

Alguns medicamentos como o DIAZEPAN e o BACLOFENO são utilizados para o relaxamento da musculatura , melhorando a qualidade de vida de alguns pacientes, porém observa-se que muitos deles não respondem bem ao uso de tais medicamentos.

Tratamento Fisioterapêutico na Espasticidade:

A Fisioterapia tem um importante papel para aliviar os sintomas da espasticidade, onde irá melhorar a coordenação motora e a funcionalidade, através de mobilizações passivas; massagens de relaxamento; hidroterapia e orientação aos pais ou cuidadores com relação  as diferentes posturas e posicionamentos no leito, cadeiras de rodas e de banho, evitando os desvios posturais, sendo um dos tratamentos mais usados e eficazes contra os distúrbios motores com ou sem o auxílio de órteses.